terça-feira, abril 12, 2011

A RESPOSTA DA "VEJA" NA SEÇÃO "CARTA AO LEITOR"

Campanhas contra "Veja"



A edição da revista "Veja" do dia 13 de abril na página "carta ao leitor" faz defesa de sua postura editorial, que impressiona, mais pela arrogante demonstração de seu poder do que pelo conteúdo de suas explicações.  Com título "uma audiência planetária" a "Veja" diz a este  humilde "meteorito-blogueiro" que vos escreve, como será árdua a tarefa de fazer suas opiniões serem consideradas na atmosfera galáctica de quem "entrevistou Barack Obama e Nicolas Sarkozy".  Mesmo assim, continuarei meu pretensioso monólogo com a revista da editora Abril. Não espero reconhecimento ás críticas  e entendo a falta de  menção, lembrança, referência ou qualquer traço que  atribua importância á minha indignação.  Sou pretensioso, mas não a ponto de contar com a lembrança de quem "tem suas noticias, postas a girar na corrente mundial de informação da internet por agências especializadas como Bloomberg e Reuters".  Poderoooosa!! Nunca tive dúvida, não precisava exibir os musculos que possui  nos meios midiáticos e políticos globais. Nunca neguei este poder, ao contrário, é exatamente a forma de usa-lo que me incomoda lembrando que, poder e honestidade não são sinônimos. Força e inteligência muitas vezes são incompatíveis e podem ser usados para o bem e o mal.  O texto arrogante da revista, no entanto, empaca no enorme buraco ético deixado pela desonestidade intelectual  impressa  em algumas matérias.     "Veja" usa estrutura midiática para desinformar e semear ódio contra a religião islâmica, recorrendo ás mentiras e aos boatos para alcançar seus objetivos. O repúdio deste esquálido blog é contra toda e qualquer forma de intolerância, inclusive esta, praticada de forma dissimulada.

Seguindo princípio editorial, que ninguém é tão poderoso que não possa ler, nem tão minúsculo que não possa ser lido, manifestei minha opinião com base em registros históricos e reportagens que fizeram a revista alvo de campanhas, movidas por vários setores da sociedade civil organizada, que a acusam de mentirosa. Resta aos leitores, independentemente do tamanho de quem escreve, o direito de buscar a verdade.  Depois de exibir sua condição "planetária' a revista não pode, nem ao menos, alegar ignorância e desconhecimento histórico, para justificar a veiculação de informações, cujo objetivo final é a "satanização do islã" aos olhos da sociedade brasileira. 
Imprensa na "Guerra dos mundos"
Retorno a  este assunto, prometendo não mais fazê-lo, porque o texto de "Veja", por mera coincidência  -só coincidência- se encaixa como uma luva em resposta ao artigo que escrevi no blog com o titulo "Revista Veja semeia ódio contra o islamismo no Brasil".  É uma resposta indireta, impessoal, esnobe típica de quem usa "sapato alto" para "não dar confiança" ás opiniões contrárias. Exultante ao afirmar que a matéria de titulo " Rede de Terror no Brasil" na capa, teve "grande repercussão" na sociedade, "Veja" mais uma vez recorre ao "óbvio ululante".  Como uma matéria  destas não repercutiria?  Qual brasileiro, país pacífico, do futebol e do carnaval, terra berço das civilizações contemporâneas, que vai construindo e consolidando sua identidade nacional com base no respeito ás diferenças e á diversidade racial, cultural e religiosa, não estaria preocupado com a veiculação de tais noticias?  Quem não tem medo do terror?  A questão é se tal noticia pode ser levada a sério ou não e qual o objetivo que quer atingir.  Qualquer mentira bem elaborada e veiculada entre os produtores de midia é capaz de gerar os mais variados sentimentos, emoções e reações entre a população.
Orson Welles: "Pegadinha" na rádio
Um exemplo histórico foi aquele protagonizado por Orson Welles que em 1938, aterrorizou milhões de americanos usando uma mídia, para disseminar a "notícia" que os EUA estavam sendo invadidos por marcianos. Com dramatização na radio, Welles usou tom jornalistico para narrar o desembarque de um "exército de marcianos", em nossa planeta.   Até descobrirem, que não houve a "Guerra dos Mundos" e que Marte não tem qualquer espécie de vida, cidadãos americanos entraram em pânico, fugiram para outros lugares, correram aos mercados esvaziando prateleiras estocando alimentos, compraram munição se enchendo de armas e de desconfiança, fizeram milhares de ligações para a Policia e a Guarda Nacional relatando a presença dos "alienígenas" e atiraram em vizinhos que consideravam de  "comportamento estranho" depois da invasão, apesar de terem compartilhado convívio familiar por décadas.   Incêndios foram ateados ás plantações para encurralar o "inimigo invasor" e vacas foram mortas, porque á noite estavam em lugar e hora errada confundidas com "seres de outro mundo".  Mesmo Orson Welles tendo desmentido o "furo jornalistico", multidões afirmavam categoricamente terem tido contado visual e a até pessoal com os famosos "homenzinhos verdes".   Naquele período a noticia da "invasão" do nosso planeta foi ouvida por seis milhões de cidadãos, dos quais dois milhões acharam que eram informações verdadeiras e cerca de 1.200 ficaram em pânico. Orson welles descreveu seu programa de rádio como o  equivalente ao susto que alguém dá ao vestir um lençol branco e gritar "buuuu". 
Quais as semelhanças da transmissão de Orson Welles em 1938 e a matéria da "Veja" em 2011?  As duas difundiram o medo e tiveram grande repercussão. Já as diferenças são maiores: enquanto a primeira era brincadeira, uma espécie de "pegadinha coletiva" em tempos de inocência americana, a segunda se presta a um projeto não tão engraçado, nem tão inocente, visando  criar na sociedade brasileira um clima de terror e a importação da legislação "anti-terror" dos EUA.  Não é de ontem, que grupos corporativos econômicos com sede em território americano defendem uma legislação especifica para o combate ao terror onde ele nunca existiu: no Brasil.  Então é  preciso criá-lo para justificar uma lei que o combata.  Todos os países donos de reservas petrolíferas do tamanho das descobertas na camada do pré-sal, com exceção do Irã e Venezuela, importaram  pacote do Pentágono com "leis anti-terror", recebendo como acessórios "assessoria técnica",  serviços de inteligencia e investigação do FBI e da CIA  e de brinde a instalação de bases militares do exercito dos EUA para "garantir a segurança" das refinarias de petróleo. Só perderam a soberania.  Nesta "cruzada", que não tem nada de religiosa, apesar de nossas orações , "Veja" tenta criar medo em seus leitores para alimentar setores da elite brasileira que pregam a criação de uma legislação "anti-terror".  É claro que a Comissão de Relações Exteriores de Defesa da Segurança Nacional vai pular dentro das páginas de revista "Veja" para tentar tirar seus Deputados das dificuldades do anonimato de uma comissão que só terá visibilidade quando houver ameaça a segurança do país. Seja ela real ou imaginária.
Argumentos para criar um clima de terror não faltam. Vão da segurança da Copa do Mundo em 2014, Olimpíadas em 2016 e até o massacre na escola Tasso Silveira em Realengo onde os cadaveres das  crianças da escola municipal tem servido de palanque aos que tentam semear o sectarismo religiosos em nosso país. 
Este cenário coloca o Brasil no alvo do terror,sim, mas devemos analisar as impressões digitais e o brilho nos olhos de quem terá lucro com o resultado final de qualquer ato que crie medo e terror capaz de manipular sentimentos de vingança que autorizem os EUA a "emprestar" sua experiencia no assunto. Principalmente "protegendo" nossas riquezas naturais.
Estamos assistindo o mesmo roteiro de um filme que passou em outros países.  Árabia Saudita,Emirados Árabes, Qatar e Barhein, são nações hoje "protegidas" com "leis anti-terror" e tem em seus territórios bases militares americanas, depois de terem sido "ameaçados por terroristas".   Grupos de interesses estrangeiros agradecem.  Ao disseminar o medo pela  existência de "uma rede de terror no Brasil"  a revista "veja" lança suspeitas e desconfianças sobre qualquer nome árabe o islâmico no Brasil.  É mais fácil associar este povo e esta religião ao terrorismo do que terrorismo com  índios pataxós ou freiras franciscanas.   Orson Welles fez escola ao descobrir, com uma brincadeira radiofônica, o poder midiático de controlar pelo medo ou pelo terror as reações da multidão diante de perigos imaginários.  Mas foi precedido por Maquiavel, que ensinava em seu livro "O Principe" as duas formas de um governante impor autoridade : pelo respeito ou pelo terror.   A midia é o instrumento mais poderoso do planeta e faz parte do principal arsenal de guerra na defesa de interesses corporativos políticos e economicos no mundo. É o "terrorismo midiático"
Manipulação das massas
Outra grande diferença entre a "Veja" e Orson Welles é que o radialista e cineasta escreveu e roteirizou um documentário denunciando o poder de manipulação das massas exercido por um órgão de imprensa que ficou mundialmente conhecido como "Cidadão Kayne", enquanto "Veja" prosperou nesta arte da manipulação da opinião pública para atender corporações economicas estrangeiras em território nacional, ganhando como recompensa o "status' que arrota em sua carta ao leitor. Para a revista "Veja' o interesse nacional fica para depois. 
Olho vivo na "Veja"
De resto e de forma centrada a policia civil precisa fazer minuciosa investigação dos antecedentes e das relações do assassino de Realengo. Muitas interrogações precisam ser respondidas existe uma sequencia de fatos que antecederam o fatidico dia do crime que embora não aparentem nenhum vínculo direto apresentam um ciclo de causas e consequencias identico a outros fatos registrados na historia recente de outros países. O inédito massacre de crianças inocentes na escola de Realengo foi um ato de terrorismo praticado por um demente,apenas uma semana após a revista "Veja" fazer uma surpreendente matéria anunciando a, até então inimaginável, existencia de uma  "Rede de Terror no Brasil". É muita coincidencia, principalmente se considerarmos a incansável campanha desta publicação contra o islamismno e pela criação de uma legislação "anti-terror" no Brasil.  É preciso um trabalho criterioso  de investigação científica ir a fundo para descobrir as razões desta insanidade. Todas as hipoteses são prováveis. Desde um ato insano e isolado de um louco desajeitado até algo orquestrado por alguem que teria muito a ganhar com a repercussão desta tragédia no Brasil.  Veículos de informação que atuam com o objetivo de desviar o foco das investigações devem ter conhecimento de detalhes que certamente não estampam em suas páginas. Mas que poderiam explicar seus comportamentos.

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