Parafraseando Paulo Freire
Na falta de educação sobram agressões. Até quando?
Na falta de educação sobram agressões. Até quando?
A resposta das autoridades, às reivindicações dos professores, traduziu a soma de todas as violências contra o sistema de ensino brasileiro. Com tiros, bombas e "porradas" o prefeito Eduardo Paes e o Governador Cabral, reproduzem histórico método de opressão contra as possibilidades pedagógicos libertadoras, que germinam nas escolas públicas por esforço dos professores.
Não é só a reivindicação salarial e a capacidade financeira da prefeitura em atenda-la! Existe um conflito silencioso, entre um sistema público educacional tecido pela trama "domesticadora" de consciências, em favor das classes dominantes, contra uma doutrina educacional provocadora, formadora de cidadãos reflexivos e agentes de suas próprias destinações históricas, defendida pelos profissionais do magistério. Estas diferenças ressaltam a importância, e as divergências, sobre critérios de investimento dos recursos públicos, que colocam em lados opostos educadores e governantes.
Os militantes do magistério, sujeitos de uma permanente transformação de idéias e concepções por ofício, sofrem com a histórica carência de investimentos em programas e estruturas, que estimulem o aprendizado pela criação e o conhecimento das diversidades, como instrumento de avanço da sociedade. Sistematicamente precarizada, a escola pública transformou-se em muro de contenção social, e as salas de aula em depósitos de crianças com seus dramas familiares e sociais. Sem os materiais necessários e sem apoio de recursos humanos qualificados, o professor, munido de giz, apagador e devoção sacerdotal para educar, enfrenta dificuldades na relação dialética com seus alunos, contaminados pela cultura da violência e pela degeneração de valores éticos e morais, amplamente incensadas pelos veículos de comunicação de massa.
Sem o respeito solene pelo mestre, nenhum conteúdo pedagógico será eficaz no objetivo de educar. A violência desmedida do aparato policial , no inicio do mês, violou este respeito, mas, gerou uma comoção popular e um ciclo de violência e depredações reproduzido em outros estados do Brasil.
O conceito pedagógico democrático, acolhedor da diversidade e da educação libertadora foi adotado como modelo na organização sindical e nos métodos de tomada de decisão do SEPE, onde a construção da pauta de reinvindicações é fruto de exaustivos debates, em longas assembléias conduzidas por um colegiado, que abriga diversas correntes partidárias e apartidárias.
Sem reconhecer e dialogar com esta diversidade e enclausurado em sua "autoridade divina" , Eduardo Paes, criou o impasse nas negociações, preferindo a estratégia da "esperteza" ao jogar para a platéia. Focou para a imprensa a questão salarial, tirada de uma pauta reivindicatória com mais de trinta itens, para induzir a opinião pública a acreditar que os professores fazem greve em defesa de interesses próprios. Tenta esconder da sociedade o esgotamento deste modelo de gestão, centralizado, corrompido e conflitante, com repercussões negativas na educação de milhares de alunos, futuros Black Bloc's, e produto de uma educação de má qualidade.
Bom texto!Está em total acordo com o que se passa em nossa educação.Precisamos de ações urgentes para a mudança dessa perversidade que estão fazendo com a nação brasileira há anos!
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