segunda-feira, fevereiro 06, 2012

PREFEITURA DE DUQUE DE CAXIAS

         
Energia, meio ambiente  e desperdicio.


Nossa cidade ainda não ingressou na Rede de Cidades Eficientes (RCE), fórum de entes publicos onde se processam intercâmbios de tecnologias  visando a conservação de energia elétrica pelas prefeituras brasileiras. Duque de Caxias precisa se qualificar adotando um plano de gestão energética municipal, como forma concreta e efetiva de contribuir com o esforço nacional para mitigar os efeitos ambientais provocados pela geração de energia e as demandas de seu consumo. Capacitar equipes dos quadros funcionais da prefeitura para a gestão energética e implantar um sistema de controle informatizado do consumo de energia das edificações publicas e da iluminação viaria seria iniciativa louvável, agregando o selo de "cidade verde" que escolheu trilhar o caminho da sustentabilidade em seu desenvolvimento econômico. Podemos conservar energia, melhorar a qualidade dos serviços oferecidos a população, poupar recursos naturais e na ponta do lapis: economizar dinheiro publico nas contas de luz em valores que vão de 25% a 35%.  Com a eficientização da iluminação publica e dos prédios municipais da prefeitura faríamos uma economia anual media estimada em R$ 10 milhões.   A eficientização consiste na substituição de equipamentos antigos por novos, mais eficientes - lâmpadas, ar condicionado, motores, refrigeração de agua, etc - e a implementação de um programa de gerenciamento energético incluindo um conjunto de leis municipais e campanhas institucionais que ultrapassam as paredes da sede da administração esclarecendo sobre a importância de hábitos e praticas de conservação de energia, como o simples ato de apagar uma luz no final do expediente.  São detalhes significativos quando analisamos as despesas que deveriam ser pagas apenas com recursos oriundos da CIP - Contribuição de Iluminação Publica - instituída exclusivamente para financiar os custos da iluminação das ruas e praças.    Em Duque de Caxias esta conta não fecha.   Arrecadamos mensalmente 20 milhões de CIP, recolhidos e repassados pelas distribuidoras de energia elétrica que embutem sua cobrança na conta de luz do contribuinte.   No entanto, a prefeitura gasta mais de R$ 40 milhões por ano com despesas de energia e a manutenção de 51.000 pontos do parque de iluminação publica.  Um deficit anual de 20 milhões pela ausência de um plano de gestão energética na administração.  São recursos desperdiçados que poderiam estar atendendo outros setores como a saúde e a educação.
Em 2007 e 2008 a Secretaria de Transportes e Vias Publicas implementou em parceria com uma distribuidora do setor, um programa  eficientizando 8 mil pontos de luz que beneficiaram 12 bairros do 2º e 3º distritos.  Foram investidos mais de 4 milhões da verba ANEEL - a fundo perdido - e sem contrapartida, para substituir lâmpadas mistas - menos eficientes - por lâmpadas de vapor a sódio mais eficientes.   Também foram substituídos, luminárias, reatores, conectores, braços, cintas e fotocélulas.  O resultado foi uma demanda evitada na ponta de 1.100 Kw e uma economia de 4.800 MWh-ano.  Houve uma redução na conta de luz da prefeitura em mais de R$ 600 mil - ano.  Simuntâneamente o fluxo luminoso nas ruas dos bairros atendidos aumentou em 44%.   A prefeitura não gastou 1 real com o projeto.   Apesar do sucesso, outro projeto de maiores dimensões, que incluía a expansão do parque de IP em mais 1.500 pontos,  iluminação de 10 campos de futebol e a eficientização de mais 11 mil pontos de luz esbarrou na apatia governamental com projetos financiados com verba carimbada.  O segundo projeto exigia uma contrapartida de 25% para um investimento, a fundo perdido, com valor global de R$ 12 milhões.   A contra partida se pagaria com a energia economizada no primeiro ano.
Ficou na vontade.
A falta de um orgão especifico para  cuidar de área  tão estratégica para a cidade, já que tem relação direta com a questão da segurança, impede que a prefeitura aproveite as oportunidades oferecidas pelo mercado.
Lampadas de vapor a sodio 

Com um pequeno banco de dados e reduzida equipe de técnicos o município poderia se livrar do monopólio da Ampla e da Light comprando energia no Mercado Livre, possibilidade  criada pelo novo marco regulatório nacional do setor elétrico. A simples migração provocaria uma economia de ate 15% nos atuais custos. Um projeto de eficiência pode atrair investimentos da ordem de 70 a 80 milhões para implantação de sistemas de refrigeração, geração por energia solar e tecnologias como lampadas a LED (que oferecem maior luminosidade e consumo eletrico 80% menor).  Não  dependem de dividas contraídas pelo tesouro municipal muito menos de recursos oriundos da arrecadação.  Eles se pagam na performance do projeto. O investidor terá retorno participando dos  percentuais dos recursos economizados.  Ganha a prefeitura, ganha a população, ganha o meio ambiente e a cidade de Duque de Caxias  da uma contribuição importante a um dos interesses estratégicos do estado brasileiro.

Abdul Haikal - Diretor da empresa Gestão Energetica Ltda, especializada na elaboração de projetos de eficientização energetica e na articulação de projetos de geração de energia limpa e foi Secretario de Transportes e Vias Publicas de Duque de Caxias de 2007 a 2008.

5 comentários:

  1. Salam, muito interessante o seu texto.

    Já visitou o meu blog?

    Deixe a sua opinião.

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  2. Obrigado Denise,

    Vc tem conceitos que transcendem os dogmas humanos

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  3. por acaso encontrei seu blog entendo sua posição porem quando voce esteve em condições, de solucionar ou efetivamente agir porue nao deu inicio a um projeto de lei e enviou a câmara de vereadores para que sua idéia desse continuidade, mesmo após o senhor se afastar do seu cargo e a solução não dependeria so do ente publico viraria projeto de lei e a prefeitura cumpriria
    boa sorte.
    Parabens

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    1. Silva Filho,
      Obrigado pelo seu comentário. Gostaria apenas de ratificar a declaração que fiz no texto acima, quando afirmo que foram executados projetos de eficiencia energética que beneficiaram 12 bairros do municipio com a substutuição de 8.000 conjuntos do parque de iluminação pública da cidade. O projeto foi executado com a verba ANEEL, sem nenhum custo financeiro para o municipio, durante minha gestão á frente da sub-secretaria de Serviços Publicos do municipio responsável pela manutenção da iluminação pública municipal. O projeto foi elaborado e implantado na minha gestão,portanto,quando "estive em condições" eu realizei.
      Obs: Um projeto de eficiencia energética não depende de arovação da Camâra Municipal e quando me afastei do cargo voltei para a vida privada.

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  4. Prezado Abdul,

    Estamos buscando consultoria neste segmento de energia Limpa, pude ver no seu blog que você trabalha nesta área caso lhe interesse favor nos mandar um prospecto de seus trabalho para possíveis contratações.

    Abraços,

    Orivelton M. M. da Silva
    WiseEnergy
    orivelton@gmail.com

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