segunda-feira, fevereiro 13, 2012

DUQUE DE CAXIAS E O EXEMPLO PARA O BRASIL



   Transparência publica e controle social  
Duque de Caxias: Cidade-Estado pode dar exemplo para o Brasil (foto reprodução)
A primeira etapa da conferência municipal sobre transparência e controle social em Duque de Caxias, realizada no sábado, reuniu parte significativa dos movimentos organizados mais ativos no município  e membros do primeiro escalão do governo municipal.  Durante o debate, marcado por participações de alto nível, ficou claro o compromisso daquela plenária com a construção de um mecanismo institucional capaz de democratizar informações sobre receita e despesa publica e instrumentalizar uma gestão publica transparente.  Esta discussão é inadiável diante do momento crítico que vivemos, pelo esgotamento do aparelho publico municipal que já não consegue atender as crescentes demandas da população duque-caxiense.  Desta  conferência podemos extrair as bases de um novo modelo de gestão pública municipal moderno, eficiente e compativel com a complexa e dinâmica evolução dos problemas de uma cidade-estado como a nossa. A prefeitura  é um aparelho público ultrapassado. Sua estrutura administrativa foi edificada sob um conceito de gerenciamento influenciado pelo estado de exceção nos tempos da ditadura. Sua marca é da centralização de decisões e  não consegue dar respostas aos anseios da população.  É hora de repensar o perfil dos equipamentos públicos e promover uma profunda reforma administrativa, incorporando novos modelos, inovações tecnológicas e democratizando decisões que mexam com o interesse dos cidadãos.  A começar pelo dinheiro publico.  
O maior elo do autoritarismo ainda reside na gestão financeira publica.  As receitas e despesas são uma "caixa-preta" para a sociedade e a elaboração do orçamento público continua regido pela decreto lei 4.320 editado em março de 1964, ano da instauração do regime militar no Brasil. Esta lei determina a forma de construção dos orçamentos públicos e roteiriza a execução orçamentária, mas não estabelece critérios capazes de democratizar os investimentos a partir das prioridades populacionais de regiões ou distritos nas cidades.  Esta lacuna criou um quadro orçamentário perverso e injusto dando aos chefes do executivo um  poder ditatorial abraçado e conservado pelos regimes democráticos.  Os prefeitos, por exemplo, planejam investimentos sob a ótica de seus interesses econômicos, eleitorais e conchavos políticos sem hierarquizar as prioridades da população que paga as contas, e via de regra, não vê os beneficios  dos impostos pagos chegarem as suas portas.  Isto promoveu desenvolvimento desequilibrado nas cidades que assistiam melhorias, benfeitorias chegarem nos centros onde mora a elite que concentravam bens e serviços enquanto a periferia amargava o abandono e o descaso.  "Doce" herança da ditadura militar que jamais foi questionada pelos "democratas" brasileiros.  O desgaste de grande parte dos prefeitos da Região Metropolitana denuncia o esgotamento deste modelo.
Nestas circustâncias é elogiavel o esfgorço da CGU - Controladoria Geral da União - em promover conferências em todo país para coletar e analisar propostas que dêem à sociedade o controle sobre a gestão publica e o direito de fiscalizar as obras.  No Brasil experiências de participação popular na elaboração dos orçamentos foram adotadas individualmente pelos executivos na decada de 80 em algumas cidades.  No entanto, Duque de Caxias foi a primeira cidade do país a aprovar uma lei - ano de 1990 - dando à população o direito de elabor seu orçamento indo muito alem das pretensões da CGU.  Trata-se do § 3º do art 140 da Lei Orgânica Municipal, promulgada há 22 anos atrás.  Nele são estabelecidos critérios de justiça orçamentária que obrigam investimentos proporcionais à arrecadação, ao número de habitantes e à extensão territorial de cada distrito.  Garantem, ainda, que 20% dos recursos para investimentos sejam  distribuídos igualmente pelos 4 distritos.  Além disso, determina que o orçamento da cidade deve ser elaborado em estrita observância das disposições do Plano Diretor Urbanístico, com a participação do Conselho Popular de Orçamento, que ganhou o direito constitucional de indicar prioridades de investimento por bairros, distritos e regiões. A vinculação ao Plano Diretor, garante que projetos de importância estratégica para a cidade, iniciados por um prefeito, não sejam interrompidos pelo seu sucessor por questões eleitorais ou partidárias.
O § 3º do artigo 140 da LOM de nossa cidade rompe com o último elo do autoritarismo na gestão pública e sua aplicação representará uma verdadeira revolução no processo politico e administrativo municipal. 
Ao dar ao conjunto da sociedade o poder de indicar as obras acompanhando execução orçamentaria, garante, por exemplo, que o conselho fiscalize recursos destinados a um posto de saúde analisando se estão sendo usados na compra de fios de sutura, remédios, gaze, etc... ou se estão sendo usados para garantir mordomias ao diretor daquela unidade. Esta lei garante, na prática o cumprimento de cláusula pétrea da constituição Brasileira que estebelecendo que "todo poder emena do povo e em nome dele será excercido".   A fonte do poder publico é o dinheiro dos nossos impostos e sua destinação. Nas mãos da sociedade estanca as mazelas da corrupção sistêmica na raiz.  A aplicação desta lei dá efetiva transparência à gestão financeira e assegura o controle social sobre a implementação das politicas públicas, dividindo o sucesso ou o fracasso de qualquer governo com o conjunto da sociedade.  Se por um lado restringe a manipulação ilícita do dinheiro público por outro lado elimina acusações infundadas contra gestores sérios comprometidos com os interesses da população e  com o desenvolvimento do município. A aplicação do § 3º do art. 140 terá forte impacto sobre o processo eleitoral. O controle da sociedade sobre a elaboração do orçamento municipal inibe os financiamentos das campanhas eleitorais, feitos por empreiteiras que abasteçam o "caixa 2" dos candidatos. O controle do dinheiro publico nas mãos da sociedade dará total transparência aos processos de pagamento de contas pelo tesouro municipal. O processo eleitoral sera mais justo e a disputa mais equilibrada entre os candidatos.  A falta de transparência com a aplicação do dinheiro publico é a fonte de todas distorções do sistema politico brasileiro. Superfaturamento de obras, desvios de dinheiro, fisiologismos, subserveniência dos legislativos, planejamento de investimentos para atender interesses de empreiteiras que cobram apoio financeiro dado aos prefeitos durante suas campanhas eleitorais, etc...Tudo pode mudar dependendo do nivel de maturidade de nossas lideranças comunitarias e da capacidade de organização dos setores da  sociedade. Basta criarmos um Conselho Popular de Orçamento contemplando a participação de todos os outros conselhos, inserindo as demandas da saúde, educação, cultura, meio ambiente, etc. Hoje a maioria dos conselhos são consultivos, aparelhados pela maquina publica e com autonomia comprometida.  Poderão ser deliberativos no conselho Popular de Orçamento.  Enquanto a CGU discute propostas visando um futuro mais transparente do setor publico, Duque de Caxias pode tirar de seu próprio passado um instrumento legal para dar exemplo de transparência ao Brasil.
Podemos ir para a conferência nacional com bem mais do que meras propostas que levarão anos para serem aplicadas. Podemos levar uma experiência e ser seguida por outros municipios do pais. 

Abdul Haikal - Diretor da empresa Gestão Energetica Ltda especializada em projetos de eficiencia energetica, foi vereador presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal e Secretario de Transportes e Vias Publicas de Duque de Caxias


segunda-feira, fevereiro 06, 2012

PREFEITURA DE DUQUE DE CAXIAS

         
Energia, meio ambiente  e desperdicio.


Nossa cidade ainda não ingressou na Rede de Cidades Eficientes (RCE), fórum de entes publicos onde se processam intercâmbios de tecnologias  visando a conservação de energia elétrica pelas prefeituras brasileiras. Duque de Caxias precisa se qualificar adotando um plano de gestão energética municipal, como forma concreta e efetiva de contribuir com o esforço nacional para mitigar os efeitos ambientais provocados pela geração de energia e as demandas de seu consumo. Capacitar equipes dos quadros funcionais da prefeitura para a gestão energética e implantar um sistema de controle informatizado do consumo de energia das edificações publicas e da iluminação viaria seria iniciativa louvável, agregando o selo de "cidade verde" que escolheu trilhar o caminho da sustentabilidade em seu desenvolvimento econômico. Podemos conservar energia, melhorar a qualidade dos serviços oferecidos a população, poupar recursos naturais e na ponta do lapis: economizar dinheiro publico nas contas de luz em valores que vão de 25% a 35%.  Com a eficientização da iluminação publica e dos prédios municipais da prefeitura faríamos uma economia anual media estimada em R$ 10 milhões.   A eficientização consiste na substituição de equipamentos antigos por novos, mais eficientes - lâmpadas, ar condicionado, motores, refrigeração de agua, etc - e a implementação de um programa de gerenciamento energético incluindo um conjunto de leis municipais e campanhas institucionais que ultrapassam as paredes da sede da administração esclarecendo sobre a importância de hábitos e praticas de conservação de energia, como o simples ato de apagar uma luz no final do expediente.  São detalhes significativos quando analisamos as despesas que deveriam ser pagas apenas com recursos oriundos da CIP - Contribuição de Iluminação Publica - instituída exclusivamente para financiar os custos da iluminação das ruas e praças.    Em Duque de Caxias esta conta não fecha.   Arrecadamos mensalmente 20 milhões de CIP, recolhidos e repassados pelas distribuidoras de energia elétrica que embutem sua cobrança na conta de luz do contribuinte.   No entanto, a prefeitura gasta mais de R$ 40 milhões por ano com despesas de energia e a manutenção de 51.000 pontos do parque de iluminação publica.  Um deficit anual de 20 milhões pela ausência de um plano de gestão energética na administração.  São recursos desperdiçados que poderiam estar atendendo outros setores como a saúde e a educação.
Em 2007 e 2008 a Secretaria de Transportes e Vias Publicas implementou em parceria com uma distribuidora do setor, um programa  eficientizando 8 mil pontos de luz que beneficiaram 12 bairros do 2º e 3º distritos.  Foram investidos mais de 4 milhões da verba ANEEL - a fundo perdido - e sem contrapartida, para substituir lâmpadas mistas - menos eficientes - por lâmpadas de vapor a sódio mais eficientes.   Também foram substituídos, luminárias, reatores, conectores, braços, cintas e fotocélulas.  O resultado foi uma demanda evitada na ponta de 1.100 Kw e uma economia de 4.800 MWh-ano.  Houve uma redução na conta de luz da prefeitura em mais de R$ 600 mil - ano.  Simuntâneamente o fluxo luminoso nas ruas dos bairros atendidos aumentou em 44%.   A prefeitura não gastou 1 real com o projeto.   Apesar do sucesso, outro projeto de maiores dimensões, que incluía a expansão do parque de IP em mais 1.500 pontos,  iluminação de 10 campos de futebol e a eficientização de mais 11 mil pontos de luz esbarrou na apatia governamental com projetos financiados com verba carimbada.  O segundo projeto exigia uma contrapartida de 25% para um investimento, a fundo perdido, com valor global de R$ 12 milhões.   A contra partida se pagaria com a energia economizada no primeiro ano.
Ficou na vontade.
A falta de um orgão especifico para  cuidar de área  tão estratégica para a cidade, já que tem relação direta com a questão da segurança, impede que a prefeitura aproveite as oportunidades oferecidas pelo mercado.
Lampadas de vapor a sodio 

Com um pequeno banco de dados e reduzida equipe de técnicos o município poderia se livrar do monopólio da Ampla e da Light comprando energia no Mercado Livre, possibilidade  criada pelo novo marco regulatório nacional do setor elétrico. A simples migração provocaria uma economia de ate 15% nos atuais custos. Um projeto de eficiência pode atrair investimentos da ordem de 70 a 80 milhões para implantação de sistemas de refrigeração, geração por energia solar e tecnologias como lampadas a LED (que oferecem maior luminosidade e consumo eletrico 80% menor).  Não  dependem de dividas contraídas pelo tesouro municipal muito menos de recursos oriundos da arrecadação.  Eles se pagam na performance do projeto. O investidor terá retorno participando dos  percentuais dos recursos economizados.  Ganha a prefeitura, ganha a população, ganha o meio ambiente e a cidade de Duque de Caxias  da uma contribuição importante a um dos interesses estratégicos do estado brasileiro.

Abdul Haikal - Diretor da empresa Gestão Energetica Ltda, especializada na elaboração de projetos de eficientização energetica e na articulação de projetos de geração de energia limpa e foi Secretario de Transportes e Vias Publicas de Duque de Caxias de 2007 a 2008.

sábado, fevereiro 04, 2012

PRESENÇA DE DEUS

PONTO DE VISTA







                    MULHERES DO BRASIL


                       
                        ELIANA CALMON
                                    CNJ



quarta-feira, fevereiro 01, 2012

HOMENS E ANIMAIS

                            


                              HOMENS... 




                               ANIMAIS...














   PINHEIRINHOS -SP- A MARCHA DA INSENSATEZ