O apagão de 2001 restringiu o fornecimento de energia elétrica mergulhando o pais no racionamento e freiando o crescimento da economia nacional. A crise startou projetos e investimentos que buscaram o equilíbrio entre a oferta e a demanda com o aumento da geração e transmissão de energia capaz de atender as taxas de desenvolvimento do Brasil. Foi elaborado um novo marco regulatório do setor elétrico que diversificou a matriz energética estimulando a produção de energia limpa. Os holofotes do planejamento focaram fontes renováveis na produção de energia eólica, solar, biomassa e implantação das PCHs (pequenas centrais hidreleletricas). No entanto, os dados mais significativos deste novo cenário vieram de um estudo elaborado por especialistas, sobre o perfil do consumo elétrico residencial, industrial, comercial e do setor publico brasileiro. O resultado constatou que o desperdício pelo mau uso de energia na ponta, representava uma perda anual de R$ 15 bilhões enquanto para atender o consumo gerado pelas taxas de crescimento econômico seriam necessários investimentos em geração da ordem de R$ 3,8 bilhões ano. Ficou constatado ser mais barato e ecologicamente correto combater o desperdício, do que investir na expansão de hidreletricas, termoeletricas e usinas nucleares. A resposta foi a criação do PROCEL - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - que incrementou projetos visando o uso racional e eficiente da energia consumida, de forma a poupar recursos naturais e reduzir custos de produção e ao mesmo tempo melhorar a qualidade de energia fornecida. O PROCEL estabeleceu regras que obrigam o uso de novas tecnologias na industrialização de produtos como chuveiros, congeladores, fornos de microondas, geladeiras e televisões que cumprem suas funções consumindo menos energia eletrica do que seus similares mais antigos. Os novos equipamentos são certificados como mais eficientes e possibilitam economia em kws. A eficiência energética passou a ser uma necessidade estratégica de estado e um poderoso instrumento de desenvolvimento ambientalmente sustentável.
Diante do aquecimento global e das mudanças climáticas provocadas pelas emissões de gases e do efeito estufa, nasce o conceito da eficiência energética como oportunidade para que o setor publico, privado e principalmente a população possam dar sua contribuição efetiva na preservação do meio ambiente alem de economizar entre 20% a 40% na conta de luz no final do mês. Para isso basta adotarmos hábitos de uso racional da energia. Embora 47% da energia produzida no Brasil seja limpa, por ser gerada por hidroeletricas elas também provocam impactos ambientais importantes. Grandes usinas alagam áreas extensas modificando o comportamento de rios alterando a biota e os ecossistemas. As represas submergem a vegetação provocando sua decomposição e dando origem a gases como o metano que contribuem com o efeito estufa alimentando mudanças climáticas. Hidreeletricas tem efeitos devastadores nas cidades e povoações, inclusive as indígenas, via de regra, sumariamente deslocados pela construção da barragens que afetam toda bacia hidrografica adjacente. Já as usinas térmicas movidas a combustíveis fosseis - carvão ou óleo - emitem gases como o enxofre e nitrogênio, que na atmosfera dão origem as chuvas acidas prejudicando a qualidade de produtos agrícolas e as florestas. Enquanto não se consolidam os incipientes processos de produção de energia limpa, cujos impactos ambientais são desprezíveis em comparação a produção fóssil, a sociedade pode ajudar. Apesar dos municípios, inclusive o nosso, não terem ainda elaborado um plano estratégico de gestão energética adotando as tecnologias disponíveis para combater o desperdicio , cada cidadão, usando a pontinha do dedo indicador no interruptor pode ajudar a preservar o meio ambiente. Basta lembrar e fazer o que manda a velha frase: O ultimo a sair apague a lampada.
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