A Juiza esta morta: agora e “nois na parada!!!”.
O brutal assassinato da juíza de direito Patrícia Accioly, antes de ser um desafio a ordem jurídica e social, representou grave ameaça ao estado democrático de direito. O crime golpeou o solene respeito oferecido pela sociedade e pela marginalia, aos juízes, quebrando um paradigma comportamental em relação ao judiciário brasileiro. A ousadia dos criminosos foi incensada pela surda permissividade de autoridades que com suas promiscuídades anabolizaram a impunidade. Se existiram mandantes e executores entre os bandidos, tambem existiram aqueles, que, de dentro das instituições ,contribuiram com sua omissão e sua flacidez moral, dando sinais velados de concordancia com as razões do crime e discordancia com a rigidez da juiza no julgamento destes. Existem aqueles que ajudaram no avanço do poder paralelo nas ruas ao permitir sua infiltração nas instituições publicas. Pessoas honestas, honradas e intransigentes no cumprimento da lei representam um estorvo, um obstáculo aos corruptos e aos corrompidos e precisam ser ”removidas” para garantir a fluidez de interesses obscuros que muitas vezes se fundem e confundem com os interesses de membros do executivo, do legislativo e do judiciário. Os mais de 20 tiros no frágil corpo da Dr. Patrícia, Juiza de Direito, mulher e mãe, foram uma demonstração clara da certeza de impunidade e de ostentação do poder de fogo de quem queria mandar um recado para a sociedade: A Juiza “ta” morta e o judiciário de joelhos, ”- agora e nóis na parada-“. Enquanto uma operaria do direito foi assassinada por ter cumprido seu papel constitucional com esmero, diligencia e determinação, alguns de seus pares a colocam no banco dos réus para imputar-lhe a responsabilidade da negligencia com a própria segurança, e esconder a propria culpa, obrigando seus familiares a contratar advogado de notoria reputação para defender sua memoria. Acusar o morto fica mais fácil do que repudiar com veemência um assassinato, um crime contra a vida, contra o judiciário. Culpar o morto e mais fácil porque ele não pode se defender. Tudo isto acontece no alto do Olimpo onde reinam deuses e juize,s enquanto aqui no andar debaixo entre a plebe, reina a arrogancia das miliciasdos traficantes. Os donos do poder paralelo se regozijam nas ruas, nas esquinas e nas vielas, extasiados pela demonstração de poder que deram sobre a vida e a morte alheia. Basta andar pelos bairros onde atuam os milicianos para vê-los soberbos, orgulhosos, senhores da vida e da morte, intocáveis, parecem os "xoguns" do tempo imperial, senhores da guerra e de seus feudos, onde reinam absolutos diante de uma população desprotegida, diante de um povo sempre subjugado pela injusta omissão publica, de um povo que só conhece a justiça dos justiceiros, dos jagunços de celular,cordão grosso de prata no pescoço e pistola na cintura. A morte da Juiza consolidou, por enquanto, a supremacia das armas sobre a vontade das populações que não fazem parte da classe A e B, deixando claro “quem manda no pedaço”. No dia seguinte ao assassinato da Juiza, lá estavam eles na padaria, no botequim, na esquina ostentando suas ameaçadoras presenças com o arrogante ar da impunidade estimulada pela fragilidade moral do poder estatal. La estavam eles demonstrando quem exerce o verdadeiro poder coercitivo sobre a sociedade. Vivemos um cenário delicado torcendo para que a morte da juíza mexa com o que restou dos brios da justiça e do estado e que estes restabeleçam sua autoridade. Não falo de ações vingativas e caçadas sensacionalistas em busca de factoides midiáticos, mas de uma ação avassaladora contra o crime organizado,com a serenidade de quem quer impor justiçapara poupar a sociedade brasileira de continuar assistindo a este vergonhoso e bizarro espetáculo que tenta transformar vitimas em réus. Começando pelo caso da Juiza Patrícia Accioly
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